Coisas do Brasil: a prostituição transformada em estrelato

A propósito, Andréia Schwartz disse que no Exterior todos são corruptos. Ela passou muito tempo longe do Brasil. Talvez tenha uma surpresa por aqui. 

 Andréia Schwartz, que estava presa nos Estados Unidos por exploração da prostituição e posse de drogas e foi deportada, virou estrela no Brasil: equipes de TV no avião, desembarque especial, carro à espera na pista, repórteres de plantão.

Na verdade, estão se preocupando com a moça errada. Qualquer coisa que Andréia possa revelar tem a ver com os Estados Unidos, não com o Brasil. Importante, neste momento, não é ela: é uma colega do ramo de fornecimento de acompanhantes, Jeanny Mary Corner, que vai depor no Supremo, no caso do Mensalão. Jeanny Mary, ao que dizem, tem uma agenda recheada – e com a vantagem de ter nomes e endereços de brasileiros, não de americanos. Jeanny Mary, se quiser falar, pode colocar em risco muitas reputações.

Imagine o caro leitor que é que pode acontecer se Jeanny Mary Corner mostrar aquela foto de que tanta gente fala, de um político baixinho, gorducho, pelado e fumando charuto. Ou se contar quanto cobrava daquele homem rico e poderoso que gostava de dar festas vestido de mulher. E se divulgar a lista dos melhores clientes, daqueles mais assíduos na solicitação de acompanhantes de boa aparência? Jeanny Mary é dinamite. E até agora nada falou que prejudicasse alguém.

O problema é que, já faz uns dois anos, os negócios andam parados. Ela se retraiu e muitos clientes passaram a evitá-la. Para alguém acostumada ao movimento, às festas, aos negócios em alta, a vida deve estar difícil. O fato é que, se Jeanny Mary resolver falar, todo o país vai parar para escutá-la.