Data: 20/5/2011
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Rio Madeira vive o risco diário de um desastre ecológico
Milhões de litros de óleo diesel são transportados diariamente pelo rio Madeira em balsas sujeitas a acidentes, principalmente quando o rio está com seu nível baixo. Um derramamento de diesel aqui poderia contaminar até o Amazonas.
As ONGs ambientalistas especializadas em criar entraves para a recuperação da rodovia Porto Velho – Manaus, BR 319, acabam trabalhando em favor de um risco muito sério, um desastre ecológico de proporção gigante, que embora aparentemente improvável, pode acontecer. Sem a ligação rodoviária, todo o sistema de transporte entre Manaus e Porto Velho é feito pela hidrovia do Madeira, o principal afluente do rio Amazonas.
O capitão de corveta Carlos Eduardo Francisco Guimarães, chefe da Delegacia dos Portos dessa capital não esconde sua preocupação com os riscos reais “da navegação pelo rio Madeira nessa temporada de seca”. Com os poucos recursos da delegacia, subordinada à Capitania dos Portos de Manaus, ele está sempre atento ao movimento de embarcações, principalmente no sentido de que a ordem da Marinha proibindo a navegação noturna nesse período seja realmente cumprida por todos.
NAVEGAÇÃO PERIGOSA
A navegação no rio Madeira é sempre perigosa, disse a Imprensa Popular o Capitão de Corveta Carlos Eduardo, homem da Marinha com muita experiência em navegação pelos rios da Amazônia. Mas quando o rio está baixo como agora esse perigo aumento muito de nível. E não apenas pelo surgimento dos bancos de areia, que provocam os encalhes das embarcações. Veja o que disse o chefe da delegacia da Marinha em Porto Velho:
— O rio Madeira traz consigo características permanentes. Todo o fundo dele é pau velho e pedra, muita pedra em áreas de mais baixo nível. Então o que acontece no rio Madeira é o perigo do lixo, quando dá uma cheia muito rápida. Pois todo o lixo que cais nas suas bordas, como uma erosão natural, todo esse lixo se concentra no canal de navegação. Tem árvores gigantes e tudo mais. Quanto maior o volume d’água maior o arrasto. Nessa situação, qualquer embarcação corre o risco de ter os dentes de sua hélice travados pelo lixo e, assim, perde o rumo e bater na pedra que vai estar submersa. Agora, quando está com baixo nível, o perigo é maior principalmente para embarcações de alta tonelagem, pois o rio está cheio de pontos perigosos. Até navegantes experientes pode achar que tem água para passar, e quando menos esperam já estão num pedregal.
Das grandes empresas de navegação que usam o Madeira, a Hermasa (do grupo Maggi) é a que mais se preocupa com a segurança. Ela tem uma embarcação que está constantemente fazendo sondagens do leito do rio “atualizando o croqui”, mas fácil de ser visualizado do que a simples carta de navegação.
MILHÕES DE LITROS DE DIESEL
Quando o rio Madeira está no nível de cheia, com profundidade mínima de 10 metros, rebocadores da Companhia de Navegação da Amazônia sobem constantemente de Manaus empurrando comboios com até quatro balsas, transportando em média oito milhões de litros de combustíveis que são descarregados em Porto Velho e distribuídos para o consumo de Rondônia, Acre e parte do Mato Grosso. E esta movimentação é feita sem parar, durante o dia e a noite.
Agora, como o rio está baixo, estas embarcações só navegam ao dia e com no máximo dois terços da carga normal. Se um desses comboios sofre um dano que provoque derramamento, principalmente de óleo diesel, certamente viveríamos aqui um desastre ecológico de dimensões catastróficas, sobretudo para a fauna ictiológica e para a população ribeirinha.
Esse é um risco real que poderia ser afastado se a rodovia Porto Velho – Manaus já estivesse recuperada e esse transporte fosse feito por ela.
CASCO DUPLO
As balsas utilizadas para o transporte de produtos derivados do petróleo, de acordo com as explicações do Capitão de Corveta Carlos Eduardo Francisco Guimarães, tem um revestimento duplo. Alem desse casco duplamente reforçado, elas possuem dispositivos de segurança próprios e respiradouros. Nem por isso, lembra o Capitão, pode-se dizer que são à prova de vazamentos.
Afinal se nem os grandes navios petroleiros estão completamente seguros, não seriam estas balsas – algumas carregadas com dois milhões de litros de derivados de petróleo que estariam livres desses riscos.
SEM AVALIAÇÃO
A movimentação dos monstruosos comboios de cargas perigosas pelo rio Madeira não chama a atenção de órgãos do Ministério do Meio Ambiente Segundo a informação de um funcionário do atracadouro petrolífero das proximidades da Petrobrás por ali nunca apareceu nenhum fiscal ligado a instituições como o Ibama ou de qualquer outro órgão do Ministério para verificar o grau de risco existente num eventual derramamento de óleo no rio.
A Marinha faz a parte dela, verificando a papelada que garante que cada embarcação está com sua vistoria fiscal regular. Os inspetores de vistoria da Marinha ficam em Manaus, adidos à Capitania dos Portos. Cabe à Diretoria dos Portos e Costas (DPC) dar a certificação que permite à embarcação navegar em nossos rios. A delegacia da Marinha em Porto Velho apenas verifica os documentos das embarcações. Um técnico ligado às questões do meio ambiente conversou com Imprensa Popular para comentar que deveria existir “um estudo de avaliação do impacto ambiental que poderia causar um acidente dessas proporções”. Para ele, se uma dessas balsas carregando quase dois milhões de litros de diesel viesse a sofrer um dano no casco e derramasse essa quantidade de óleo no Madeira, certamente iria provocar um desastre de proporções catastróficas, “pois o óleo impede a oxigenação da água, resultando na morte de qualquer espécie viva”.
ESTRADA TEM RISCO MENOR
Para este técnico, se as Ongs ambientalistas estivessem realmente empenhadas em prever grandes estragos à natureza, disse o técnico à Imprensa Popular, deveriam estimular a rápida recuperação da rodovia Porto Velho – Manaus que não tem como causar mais danos ao ecosistema, para combater o transporte desse tipo de carga altamente perigosa ao meio ambiente pelo rio Madeira.
Nos bastidores do mundo econômico e da política a versão mais corriqueira para a perenização dos descaso com a rodovia ligando as duas capitais é que “os fortes grupos que dominam a navegação pelo Madeira” sempre estimulou o entraves para a recuperação da rodovia.
No ano passado o Ministro dos Transportes garantiu que a BR 319 estaria totalmente recuperada neste ano. O ministro garantia, no período das eleições municipais, que todo o dinheiro necessário para esta obra já estava assegurado no orçamento da união e portanto na impediria que fosse realizada.
Mas a coisa se deu diferentemente daquilo que se falou. Ongs ambientalistas e setores preservacionistas do próprio governo federal começaram a trabalhar contra a recuperação da rodovia, com ações na Justiça. Somente agora nas últimas semanas as liminares determinando a paralisação das obras de recuperação da BR 319 foram cassadas. Isso ainda não equivale a uma garantia de que não haverá outras paralisações.
As mesmas entidades que trabalham contra essa obra de recuperação nada fazem no entanto para prevenir um desastre ecológico no nível da catástrofe enquanto for transportado pelo rio Madeira os milhões de litros de diesel, gasolina, álcool e outros carburantes altamente tóxicos.
Foto: Balsa que transporta diesel pelo Madeira. - Aldrin Willy
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