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Porto Velho,  sáb,   7/dezembro/2019     
COLUNISTA: Gessi Taborda

Em Linhas Gerais - 03/10/2003

2/10/2003
taborda@enter-net.com.br
 
  
SÓ INFORME
A falta de tempo para confirmar todos informes que recebe, levou a coluna a acreditar no zunzum espalhado por um parlamentar de Ariquemes em torno do sumiço de Ernandes Amorim. Fomos enredados numa trapalhada. Cômica, se não fosse trágica. Embora alguns sites noticiosos (Rondoniagora.com.br) confirmasse que o ex-senador e ex-prefeito ariquemense está envolvido numa operação, sigilosa, da PF, e encontra-se “sumido” daquele município, não existe contra o político nenhum mandato de prisão. Tudo, portanto, não passou de um mero “informe” que, como se sabe, está longe de ser uma “informação”. Sorry, periferia!

INAPETÊNCIA
O problema da senadora Fátima Cleide, pelo que vi em suas últimas aparições na tv, são os tropeços no gigantesco ego que desassumidamente carrega. Sua manifestação favorável à Ministra Marina em relação à MP 866, dá a idéia de que ela é uma predestinada a ser excluída da vida pública rondoniense, após o cumprimento do mandato conseguido na esteira do lulismo do qual foi impregnada a última campanha eleitoral. Não poderia existir inoportunidade maior que a posição da douta senhora em sair por ai distribuindo críticas panfletárias àqueles que lutam para defender o zoneamento sócio-econômico-ecológico que custou 20 milhões de dólares a Rondônia; para agradar defensores de nebulosos interesses mascarados no discurso preservacionistas.


Aqueles interessados no fim da discriminação dos produtores rurais em relação aos créditos constitucionais, que votaram na jovem senadora, certamente sentem-se traídos. Isso acontece, também, com os servidores públicos insatisfeitos com a posição assumida por dona Fátima na votação da Reforma da Previdência. A ganância política mal dimensionada aliada a considerações pontuais mal colocadas já jogou areia no ventilador de muitos políticos importantes do Estado. A precipitação e a imprudência quando afeta o bom senso político, gera inimigos políticos notórios e com eles a derrocada fatal. Político esperto não saca e nem atira em tempos de paz.

EM QUEDA
Segundo os dados do IBGE divulgados, o PIB brasileiro ficou em R$ 711 bilhões no primeiro semestre. O País deve ter um PIB de US$ 467 bilhões no ano. Assim o Brasil deve ser ultrapassado pela Índia, pela Holanda e pela Austrália e cair três posições no ranking de maiores economias do mundo. Em 2003, o País deve fechar o ano na 15.ª posição, bem abaixo do 8º lugar conquistado em 1998. A projeção foi feita pelo instituto de pesquisas econômicas Global Invest. Dificilmente o Brasil voltará a ficar entre as 10 principais economias do mundo. “Para isso, teríamos que ter taxas de crescimento em torno de 3,5% ao ano durante muitos anos seguidos. Neste ano de 2003, a economia brasileira deverá crescer apenas 0,74%. No quadro atual, verifica-se que a renda do trabalhador caiu tanto que ele não consegue mais consumir e mal consegue pagar as contas”.

ULTIMO DIA
Uma correria aos diretórios municipais dos vários partidos é esperada para o dia de hoje. De acordo com a legislação eleitoral em vigor (Lei 9.504/97), a data prevista para os candidatos definirem sua filiação a um partido político é um ano antes do pleito. Portanto hoje é o último dia para filiação partidária para os candidatos que vão disputar a vaga de prefeito um uma das cadeiras nas Câmaras Municipais. Também termina hoje o prazo para transferência de domicílio eleitoral dos que pretendem concorrer em municípios diferentes daqueles que residem hoje.

VAI DEBUTAR
O jornalista Adaídes Batista dos Santos, o Dada, vai viver sua primeira experiência político-partidária. Em 2004 o Dada estará disputando uma cadeira na Câmara Municipal, pelo PFL. Formado politicamente na militância do Partido Comunista Brasileiro, o velho “pecebão”, Adaídes não vê contradição em debutar, como candidato, num partido com forte ligação com a direita. Dada hoje responde pela Assessoria de Imprensa da Assembléia Legislativa. Já desempenhou cargo similar na Unir, quando era o assessor preferido de Osmar Siena, e no Sindeprof, quando foi assessor de Aldemir Saldanha, o Pereca. É, certamente, um dos jornalistas mais intelectualizados de Rondônia. Foi um dos criadores do “Movimento Cabeça de Negro”. Além de jornalista, cronista e boêmio, Dada é um poeta de mão cheia, tendo se destacado como compositor musical, com letras recheadas da realidade regional.

FILIADO
Mesmo mostrando-se arredio a uma nova participação na disputa eleitoral, como candidato, o dr. Marco Antonio, o principal chairman da Fatec, filiou-se ao PMDB. Entra no partido com o respaldo de todos os cardeais peemedebistas, mas mesmo assim continua afirmando que “desta vez” não disputará as eleições, “embora tenha gostado” da experiência quando disputou, na última eleição, uma cadeira parlamentar. Marco Antônio, uma autoridade na área do ensino superior, continua sendo um dos bons quadros da política de Porto Velho.

AINDA BEM
A abusiva e distorcida legislação criada e aprovada no governo de FHC com a justificativa de proteger a imagem e a privacidade das pessoas, tem funcionado como uma autêntica lei da mordaça contra a imprensa brasileira. Esta situação está preocupando (ainda bem!) o próprio ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal, que começou a defender a elaboração de uma nova Lei de Imprensa. O ministro está preocupado com o crescente número de processos judiciais contra jornalistas e veículos de comunicação. No momento só os cinco maiores grupos jornalísticos do país respondem a 3.192 processos buscando indenizações por danos morais e materiais. Essa verdadeira indústria da indenização serve para pressionar e conter a imprensa no cumprimento de seu papel social. Trata-se de uma legislação tão draconiana que privilegia até reconhecidos criminosos. Em Rondônia a imprensa, no geral, sente-se intimidada por esta legislação que funciona como uma verdadeira Lei da Mordaça, capaz de tornar impraticável o exercício profissional dentro dos preceitos da liberdade de expressão e informação. Para se ter uma idéia dessa situação, nestes nove meses de 2003 o editor de um simples semanário do interior já está respondendo a nove processos gerados pela posição crítica de seu hebdomadário. A nova Lei de Imprensa tramita há 10 anos no Congresso. Está na hora de nossos parlamentares entender a gravidade do problema e aprova-la.

DIFICIL ATÉ PARA DEUS
Diz a lenda que, certo dia, o Senhor chamou o brasileiro Noé Narciso e ordenou-lhe: "Dentro de seis meses, farei chover ininterruptamente durante 40 dias e 40 noites, até que todo o Brasil esteja coberto pelas águas. Os maus serão destruídos, mas quero salvar os bons e justos e um casal de cada espécie animal. Vai e constrói uma arca de madeira". No tempo certo, os trovões deram o sinal e os relâmpagos cruzaram o céu. Noé Narciso chorava, ajoelhado no quintal de sua casa, quando ouviu, novamente, a voz do Senhor, que soou furiosa, entre nuvens:

— Onde está a arca, Noé?
— Perdoe-me, Senhor -suplicou o bom homem. Fiz o que pude, mas encontrei dificuldades imensas para cumprir a tarefa que me atribuístes. Primeiro, tentei obter uma licença da Prefeitura para a construção almejada, mas, para isso, além das altas taxas para obter o alvará, ainda me pediram uma contribuição para a campanha. Não dispondo do dinheiro, recorri aos bancos e não consegui empréstimos, mesmo submetendo-me a taxas de juros de 13% ao mês.

Prosseguiu: "Depois, o Corpo de Bombeiros exigiu-me um sistema de prevenção de incêndios, que consegui contornar, subornando um funcionário. Só que, aí, começaram os problemas com o Ibama para a extração da madeira. Eu disse a eles que eram ordens Vossas, mas não houve jeito. Eles queriam saber se eu tinha um tal de "projeto de reflorestamento" e um tal de "projeto de manejo". Eu ainda tentava descobrir do que se tratava, quando o mesmo Ibama descobriu uns casais de bichos que eu estava reunindo aqui no quintal. Além de aplicar-me uma pesada multa, o fiscal ainda falou em "prisão inafiançável", e eu acabei tendo que matar o infeliz, pois para esse crime a lei é mais branda.

E Noé Narciso continuou falando ao Senhor: "Aí, tentei começar a obra. Mas apareceu o Crea e taxou-me porque eu não tinha um engenheiro naval responsável pela construção. Depois, veio o pessoal do sindicato, exigindo que eu contratasse seus marceneiros, com garantia de emprego por um ano e demais encargos trabalhistas, fiscais e previdenciários. Como se não bastasse, chegou a Receita Federal falando em "sinais exteriores de riqueza" e também me multou. Finalmente, chegou a turma da Secretaria de Meio Ambiente e pediu-me um "Relatório de Impacto Ambiental" sobre a área que seria inundada. Mostrei-lhes o mapa do Brasil. Então, decidiram internar-me num hospital psiquiátrico". Noé Narciso terminou o relato ao Senhor aos prantos. Mas notou que o céu clareava.

— Senhor – indagou –, não vais mais destruir o Brasil?

— Não – respondeu-lhe a voz entre as nuvens. Pelo que ouvi de ti, Noé Narciso, cheguei tarde demais. Alguém já se encarregou de fazer isso!
Devo acrescentar que essa estória me chegou pela deferência de um leitor fiel, através do e-mail. Certamente aqueles que cultuam o bom humor entenderão que é uma leitura bem digestiva para um dia pós-feriado.

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